Hora Perdida

Eu poderia perder horas

Correndo meus dedos pelos ponteiros

Até encontrar o vazio do tempo

 

Escondido por trás da pálpebra

(feito criança atrás da cortina)

Eu me deixaria esquecer

Naquele pique de 88…

 

Girando feito roda

Carrossel mãos unidas

Uma história pra dormir

(quem foi que inventou o interruptor?)

 

Tabuada, argh!

Livrinho de papel reciclado

(será que já tinha?)

Devia ser de outra coisa…

 

Amigos no portão

Time contra

Mas todos a meu favor

(de quem era a bola?)

 

Sola de chinelo

Uns cinco por ano

Asfalto quente e um pé que não pára de crescer

(quantos remendos eu fiz no dedão?)

 

Uma explicadora

Idéia da minha mãe

 (esse menino precisa aprender a escrever)

E lá se foram as férias de 92…

 

Eu poderia perder horas

Perdendo a hora…

(Próxima estação, Carioca…)

4 Respostas to “Hora Perdida”

  1. […] da literatura! Anos passarão e nós estaremos discutindo os motivos que levaram o David a escrever esse poema, inventando dores, problemas e anseios que nem mesmo ele ousaria […]

  2. Mais uma bela demonstração da sua habilidade com as palavras. Muito bonito o seu poema.

    ps. concordo com você que buscar textos antigos é uma boa quando a maré de inspiração anda baixa. Mas eu não tenho tantas coisas escritas e tão bonitas assim…

  3. Oi David!

    Ah eu ganhei um tempo precioso lendo seu poema,sim,pois recordar é viver,não?rs…então,’fui lá’ na minha infancia!Obrigada!rs

    Boa semana,beijo.

  4. poesias vindas de todos os cantos, de todas as memórias escondidas. a fazer recordar os anos a vida que se passou e não volta. onde o tempo?

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